Quando nos conhecemos,
eu e Hermógenes, eu o presenteei com meu primeiro livro, que contava
a história de minha cura do câncer. Um linfoma. Fiquei surpreso ao
receber carta sua, dizendo que fazia tempo que não lia um livro sem
parar, e que éramos irmãos de caminhada espiritual, ele curado da
tuberculose, eu curado do câncer. Só depois reconheci o tamanho da
humildade da sua carta. Pois ele havia se encantado com meu livro,
sendo que ele havia escrito vários sobre a cura, e formas de se
alcançar a cura, entre eles, este do qual o texto foi extraído,
Sáude Plena com Yogaterapia. Como em muitos outros de seu trabalho,
exerce com excelência a aproximação da cultura oriental junto com
o conhecimento ocidental. Harmoniza os diferentes saberes para que
seu leitor se encante, aprenda, e principalmente, cresça
espiritualmente.
Os Vedas já nos
disseram o bastante, mas nossa mentalidade ocidental vive de joelhos
diante do altar da Ciência, pedindo informações e confirmações
científicas, tidas como as únicas confiáveis. Pois bem, sendo
assim, vamos tomar de emprestado alguns pesquisadores científicos
mais recentes informações que considro importantíssimas, por
insuspeitas e exatas. Vejamos o que eles dizem sobre o corpo, isto é,
sobre nossa “máquina”.
Comecemos pelas
células, esses subsistemazinhos tidos como os tijolos que formam o
edifício do corpo.
Os cem trilhões de
células que constituem o nosso corpo morrem numa proporção de
5.700.000 por segundo e, na mesma proporção, nascem suas
substitutas. Quando estamos com saúde, as que nascem são exatamente
iguais àquelas as quais elas substituem. Cada célula, dispondo de
capacitância e indutância (constatado por Lakhovsky Meek), se
comunica com as outras como se usasse uma espécie de walkie-talkie
próprio. George Meek acredita que cada célula, ou melhor, cada
“vida celular”, parece ter conhecimentos instintivos suficientes
daquilo que lhe é essencial para que sempre se mantenha sadia e
sadiamente se reproduza. As células tem mentes instintivas capazes
de se comunicar entre si. Os sábios védicos mencionas “as
pequenas consciências”. Não seriam as consciências celulares?
Assim sendo, temos base para sugerir: “quando em relaxamento
profundo, converse com suas células, ame-as, exalte-as,
expresse-lhes sua confiança...” Isso poderá até curar câncer.
Quase todo o corpo é
constituído de proteínas, as quais, como as células por ela
constituídas, são permanentemente renovadas. As proteínas do
fígado e da linfa são renovadas de dez em dez dias. A cada dez dias
você tem um fígado novo. Em cada 158 dias seus pulmões, seu
estômago, sua pele e seus músculos já não são os mesmos. Aliás,
ficamos sabendo que nosso corpo é mudado de 158 em 158 dias. E onde
fica a velha certeza de que nosso corpo tem tantos anos como já
vivemos? Dá para continuar acreditando que nosso corpo é uma
estrutura sólida, firme? Nada disso. Essas descobertas vieram
justificar o nome que os velhos sábios da Índia davam ao corpo:
anna-maya-kosha, traduzindo: “veste” (kosha) “ilusória” ou
“nada além de” (maya) feita de material derivado dos alimentos
(anna). Segundo eles, o corpo faz parte do universo, do jagat – o
universo que não cessa de mudar, de se transformar.
Hermógenes, Sáude
Plena com Yogaterapia, p.211
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